Alemanha não fecha a roulotte (ainda): a SWR põe água na fervura dos boatos sobre um “Euro-saída” caso Israel seja barrado

Se há coisa que os alemães fazem bem — além de cerveja e carros a diesel — é desmontar rumores com precisão cirúrgica. Desta vez, a Südwestrundfunk (SWR) veio a público negar que Berlim tencione abandonar a Eurovisão 2026 se a EBU decidir suspender Israel. Segundo a estação, o festival “é uma competição entre radiodifusores públicos, não entre governos”, sublinhando que a KAN israelita cumpre “escrupulosamente” o livro de regras há mais de 60 anos.
De onde saiu a novela?
O rebuliço começou quando o canal israelita N12 News adiantou que Itália e Alemanha teriam ameaçado pegar nas guitarras e ir para casa caso Israel ficasse de fora de 2026. O enredo ganhou eco pela Europa fora — afinal, um Big Five zangado rende mais cliques do que um solo de saxofone —, mas a SWR tratou de cortar o som antes que a plateia começasse a vaiar.
Porque é que o “Nein” germânico faz tanto barulho?
- Cheque em branco? Quase. A Alemanha integra o exclusivo Big Five; traduzindo: paga uma fatia generosa do orçamento e salta sempre as semifinais. Se a SWR batesse com a porta, a EBU teria de ajustar contas (e fogo-de-artifício).
- Precedente russo. Expulsar um país por motivos políticos não é inédito, mas exige dossiers tão densos que fazem lembrar manuais de instruções da IKEA. Berlim quer ver bases legais, não apenas hashtags.
- Imagem de marca. Depois do “nul points”, o pior pesadelo é virar meme: #Euroxit.
A EBU tenta um passo de dança diplomático
Para evitar que o palco desabe, o director-geral Noel Curran contratou um antigo tubarão televisivo para mediar conversas “estruturadas e abertas” com todas as estações. Objectivo: encontrar uma solução “sustentável” — leia-se manter todos sentados, cheques incluídos, até que se ouça o primeiro acorde em 2026.
Entre baladas, boicotes e bytes
Enquanto Islandeses, Espanhóis e afins pedem a cabeça (musical) de Israel, vencedores recentes como JJ (Áustria 2025) e Nemo (Suíça 2024) juntam-se ao coro de protesto. Do lado oposto, a SWR ergue o cartaz “Música acima de política” — desde que a contabilidade feche, claro.
Cenários para o outono (agarrem o pastel de nata)
- Final feliz: Israel continua, Alemanha sorri, a EBU brinda com espumante “low-cost” suíço.
- Plot twist: Israel sai, Berlim e Roma batem a porta, o Big Five emagrece para trio e o orçamento faz dieta express.
- Sol de pouca dura: Encontram-se no meio-campo, ninguém fica satisfeito, mas todos afinam o refrão e seguem para Bingo.
Por agora, a SWR garante que não faz as malas — apenas mantém um olho no regulamento e outro na carteira. Ou, como diria qualquer lisboeta que se preze: calma, que ainda nem chegou a hora do café.
Fonte: Huffington Post Uk