RTVE assume as rédeas da Eurovisão: Ana María Bordas lidera o Grupo de Referência da UER

Pela primeira vez na história do Festival Eurovisão da Canção, Espanha senta-se na cadeira do comando. Ana María Bordas, uma veterana da radiotelevisão pública espanhola (RTVE), foi nomeada presidente do Grupo de Referência da UER, o comitê máximo de supervisão do certame europeu. A escolha foi unânime – o que, numa Europa onde nem o pão com tomate gera consenso, já é por si só digno de nota.
A senhora que manda na Eurovisão
O Grupo de Referência é o verdadeiro bastidor do festival: aquele que aprova orçamentos, ajusta regras e coordena com o país anfitrião. Bordas, que já chefiava a delegação espanhola desde 2017 e foi produtora executiva do Eurovisão Júnior 2024 em Madrid, assume agora um papel ainda mais relevante: liderar o organismo em pleno ano de 70º aniversário do festival.
“Espero que possamos trabalhar como uma equipa unida, em prol de todos os membros participantes”, afirmou Bordas, visivelmente entusiasmada, mas sempre com aquele toque de diplomacia que se espera numa função deste calibre. Em suma: há nova xerife no festival, e ela vem de Barcelona.
Espanha em ascensão eurovisiva?
A presidência espanhola vem consolidar uma fase de crescente protagonismo da RTVE no universo eurovisivo. Após anos de afastamento, a corporação regressou ao Grupo de Referência em 2023 e organizou o Júnior em 2024. Agora, com Bordas no topo, resta saber se a nova influência espanhola trará também melhores resultados no placar final. Porque, sejamos francos: «postais bonitos» já temos, mas ainda falta a vitória.
Um currículo sem desafinações
Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Barcelona, Ana María Bordas começou na RTVE em 1984 e tem sido um nome incontornável na televisão pública espanhola. Foi editora de notícias, diretora de programação, de La 2, de RNE na Catalunha e até correspondente em Washington. Se a Eurovisão precisar de diplomacia internacional, ela já tem o número do Pentágono.
O que esperar?
Com a edição de 2026 prevista para a Áustria, e sob a batuta de Bordas, poderemos estar perante uma nova era eurovisiva, onde a organização se alinhe com o bom senso… ou, pelo menos, com um mínimo de coreografia bem ensaiada.
Fonte: RTVE