Eurovisão procura bombeiro mediático: UER convoca “guru da televisão” para travar curto-circuito político antes de 2026

Quando o brilho dos confettis se mistura com a pólvora da diplomacia, até o refrão mais pegadiço soa a alarme de incêndio. Na 94.ª Assembleia Geral da União Europeia de Radiodifusão (UER), os delegados celebraram os números astronómicos da edição de 2025 — e, num piscar de olhos, admitiram que a festa corre o risco de se transformar num debate de política externa em Dolby Surround.

O elefante na green room: Israel, votos e guerra

A estrela involuntária do alinhamento foi, mais uma vez, Israel. Enquanto alguns países aplaudem a independência editorial do canal KAN, outros questionam se é possível cantar “United by Music” com mísseis a sobrevoar o teleponto. Todos concordam num ponto: a tensão geopolítica está a desafinar o coro europeu e a pôr em causa a tal magia “sem fronteiras” que vendemos no press-release.

Entra em cena o “doutor das audiências”

Para evitar que 2026 se torne num spin-off de Jogo do Poder em vez de Festival da Canção, a UER decidiu contratar um ex-alto dirigente de televisão (nome ainda trancado a sete chaves, estilo “anúncio surpresa na semifinal”). Missão:

  1. Ouvir diretores-gerais e especialistas sobre conflitos, boicotes e foguetões diplomáticos.
  2. Mapear casos semelhantes noutros mega-eventos mediáticos.
  3. Apresentar um relatório quirúrgico já no outono — antes que Viena ou Innsbruck tenham de trocar a passadeira vermelha por tapete antiexplosão.

O outro buraco no som: votos de simpatia

Se a política é um risco, o sistema de voto não fica atrás. Vários membros pedem um travão aos 12 pontos “por pena”que sobem quando um país está em guerra. A ideia passa por reequilibrar o televoto, endurecer regras ou criar um algoritmo anti-drama. E sim, isso significa que a tradicional troca de pontos entre vizinhos poderá precisar de GPS novo.

Calendário: Agosto de calmaria, Outubro de relatório

  • Verão 2025: o “guru” inicia maratona de reuniões em salas de reuniões com ar condicionado polar.
  • Outono 2025: relatório final, talvez tão aguardado como o primeiro sample da canção vencedora.
  • Maio 2026: finalíssima na Áustria — com ou sem bandeira israelita, mas seguramente com conferência de imprensa incendiária.

A Eurovisão vende-se como o maior arco-íris musical do mundo, mas até o mais reluzente glitter precisa de extintor quando a política decide fazer pirotecnia. Se o tal “doutor” conseguir unir diplomacia e falsete numa mesma pauta, merece mais do que 12 pontos. Caso contrário, preparem-se: o drama vai ser tão alto que nem o coro sueco o abafa.

Fonte: Eurovision.tv

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